segunda-feira, 25 de julho de 2011

A batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr

No início do ano participei do "inesquivável" amigo secreto de ano-novo da minha família, e como sempre, ganhei um livro. É o presente que ganho em qualquer ocasião que mereça presente: aniversário, dia das mães, natal... amigos secretos não poderiam fugir da tradição. É a melhor escolha que alguém pode fazer quando se trata da minha pessoa. Então, como eu disse, ganhei um livro. Quando eu vi o título, eu desanimei. Sou evangélica, mas os livros evangélicos que li não foram lá muito bons de ler, então quando vi "A Batalha do Apocalipse", não minto, desanimei. Mas leitora como sou, não recuso um livro na mão e comecei a lê-lo. Que surpresa maravilhosa!

Eduardo Spohr criou um mundo fantástico, com anjos, demônios, feiticeiras, harpias e arcanjos. Ablon é o personagem principal da trama, um anjo dito renegado, que se insurgiu contra o arcanjo Miguel e foi traído por Lúcifer, que ainda era arcanjo antes de ser expulso do Céu.  A história não se situa em apenas um lugar ou em uma época, acompanhamos as peregrinações de Ablon ao longo dos séculos, bem como a sua constante mudança pelos continentes.

Outra personagem digna de atenção é Shamira, a feiticeira. Aliada de Ablon e apaixonada por ele, é em Shamira que Ablon encontra amizade, conquistada quando ele a salvou da morte certa. É ela quem o ajuda em seus problemas, tanto com os arcanjos quanto com os demônios, e por isso mesmo, se torna o ponto fraco de Ablon.

Spohr utiliza na narrativa alguns conceitos religiosos como o nascimento de Jesus Cristo e lhes dá nova roupagem ao mudar os fatos, pelo menos como estão descritos na Bíblia, mas parece não ter recebido da igreja católica o mesmo tratamento que Dan Brown recebeu ao escrever O Código da Vinci. Um outro ponto que poderia levantar questionamentos é o retrato de alguns anjos como ruins, como Apolion, e alguns demônios bons, como Orion e Amael.

Para lá da questão religiosa, A Batalha do Apocalipse é um livro magnífico, que prende o leitor do início ao fim. Não tem um capítulo, ou melhor, uma folha sequer que seja apenas para aumentar volume. É um livro que merece, com certeza, adaptação para o cinema. E é aqui nesse ponto que podem se zangar comigo, mas A Batalha do Apocalipse merece uma adaptação americana, pois o livro possui muitas cenas de ação com efeitos especiais, o que ainda não vimos no cinema brasileiro.