Eu sou uma fã de quadrinhos. Amo Homem-Aranha, Hulk, Demolidor, X-men, Wolverine, e segundo o meu pai, aos três anos eu acordava no meio da noite chorando e quando ele perguntava o porquê do meu choro, eu respondia: "-pai, eu amo o Fátima" ( eu não conseguia falar Batman na época rs....).
Uns dos meus quadrinhos favoritos são escritos pelo britânico Alan Moore, escritor genial e genioso, crítico ferrenho dos quadrinhos americanos, responsável por obras- primas da nona arte como Watchmen, V de vingança e A liga extraordinária. Todos esses foram adaptados para o cinema, e apenas os dois primeiros fazem jus aos quadrinhos. A liga extraordinária foi um filme ridículo, que nem a presença de Sean Connery conseguiu salvar.
Watchmen é composto por 12 revistas, que posteriormente foram condensadas em três volumes, e conta a história de super heróis que foram obrigados a deixar de ser heróis, com a exceção do Dr. Manhattan, que continua a trabalhar para o governo americano. A história começa com o assassinato de um ex-herói, o Comediante, e faz com que Rorschach, outro ex-herói, comece a investigar e visitar antigos companheiros como o Coruja, Ozymandias e Espectral. Enquanto isso o mundo vive um clima de guerra mundial iminente.
Enquanto a história vai sendo contada no presente, logo somos levados a vários flashbacks, principalmente com o Comediante. Além dessas voltas ao passado, temos dois personagens secundários, o velho da banca de revista e um rapazinho que lê livros encostados na banca. Em determinados momentos de Watchmen, começamos a ler a história que o rapaz está lendo. É a história dentro da história.
Watchmen é o único quadrinho que figura na lista dos 100 romaces mais importantes do século XX, realizada pela revista Time. É a história de super-herói que mais os mostra como humanos e menos como super-heróis. Os personagens experimentam impotência, amor, desejo, raiva, egoísmo, como todo ser humano. São bem caracterizados, cheios de falhas, imperfeições e ideais.
Meu personagem favorito é o Rorschach. Em um momento da trama, o Coruja e a Espectral estão jantando e conversando sobre os velhos tempos e se recordam de um vilão masoquista que haviam combatido. Rindo, lembraram de como ele pediu para machucá-lo. Aí a Espectral pergunta: "o que será que aconteceu com ele?", e o Coruja responde: "ele tentou isso com o Rorschach e ele o jogou no poço do elevador".
Rorschach é considerado alguém mentalmente instável, no entanto é o personagem mais consistente, o que não tem dúvidas sobre o que é certo e errado. É o único que sabe exatamente quem ele é e se sente muito bem com isso. Em um mundo conflituoso e com tantas crises de identidade, talvez seja essa certeza que o faz parecer louco.
Watchmen retrata uma sociedade inerte, que deixa para os governantes todas as decisões, e temerosa, pois ao dar a esses governantes todo o poder, dão o controle de suas vidas, de seus direitos e deveres. Lembra alguma coisa?
Pois é, e agora a DC quer fazer uma espécie de Watchmen Origins, que ninguém sabe a m#$da que vai dar... por isso estou propondo que os fãs mesmos tomem a dianteira e (re)escrevam as histórias... http://compensar.blogspot.com/2011/12/watchmen-origins-por-que-nao-nos-ou.html
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